quinta-feira, 11 de julho de 2019

Os sete sacramentos do investidor de longo prazo

Por Luciana Seabra | De São Paulo
Marc Hill/BloombergOs brasileiros esperam que sua poupança para a previdência dure 12 anos

Em meio à volatilidade, construir um portfólio e seguir convicto nele é quase um sacerdócio. Em missão pelas Américas em janeiro, a equipe de gestão do J.P. Morgan construiu a cartilha "Princípios para o Investimento de Longo Prazo". Sete lições formam o boletim, uma edição especial do periódico criado em outros tempos difíceis, 2004, na esteira do estouro da bolha das empresas de tecnologia.

Planeje para uma vida longa

Um casal de 65 anos pode se surpreender ao saber que a probabilidade de um dos dois viver mais 25 anos é de 47%. E as pessoas não se sentem preparadas para o futuro. Em um estudo global, o HSBC concluiu que os brasileiros esperam que sua poupança dure por somente 12 anos depois da aposentadoria. Os americanos são os que acreditam ter reserva por mais tempo, 14 anos.

Dinheiro nem sempre é rei

Os investidores frequentemente recorrem à liquidez como porto seguro durante períodos voláteis. 
Em tempo de juro baixo no mundo - o Brasil é uma exceção - ficar em produtos de curto prazo pode ser bastante negativo. Nos Estados Unidos, mais de US$ 11 trilhões, dois terços do Produto Interno Bruto, estão em investimentos que rendem quase nada.

Aproveite o poder dos dividendos e juros compostos

Um montante de US$ 10 mil investido no S&P 500, índice da bolsa americana, em 1970, virou hoje US$ 200 mil. Se os dividendos pagos foram reinvestidos, esse valor sobe para US$ 800 mil.

Evite vieses emocionais por meio de um planejamento

Um estudo da consultoria Dalbar estima que nos últimos 20 anos o investidor médio teve um retorno anualizado de 2,5%. A alocação em um portfólio com 60% em renda fixa e 40% em ações renderia no mesmo período 8,7%. Tal defasagem é atribuída em parte aos movimentos do investidor para tentar acertar momentos de mercado. Ao se mexer tanto, o investidor médio teve desempenho pior nas duas últimas décadas do que se tivesse ficado parado em petróleo, ouro ou imóveis.

Volatilidade é normal: não deixe isso atrapalhar você

O S&P 500 teve prejuízo somente em oito dos últimos 36 anos. O histórico de bom retorno, entretanto, é entremeado por muita volatilidade. Desde 1980, em 20 anos em algum momento do ano a queda da bolsa chegou a ser de dois dígitos. A queda média anual é de 14,2%. Para investidores disciplinados, períodos de queda podem ser oportunidades de compra.

Estar investido importa

O momento mais escuro vem sempre imediatamente antes do amanhecer. Para o S&P 500, seis dos dez melhores dias em termos de retorno ocorreram duas semanas depois dos dez piores dias. Quem ficou investido ao longo de todo o período entre janeiro de 1995 e dezembro de 2014 transformou US$ 10 mil em US$ 65,45 mil. Quem reagiu a momentos de estresse e perdeu os dez melhores dias ficou com bem menos, US$ 32,67 mil. Perder os 40 melhores dias em duas décadas resultou em prejuízo, com o patrimônio transformando-se em US$ 9,14 mil.

Diversificação funciona

Nos últimos 15 anos, o investidor global assistiu a desastres naturais e conflitos geopolíticos prejudicarem seu portfólio. Um mix de ações, títulos e commodities, diversificado regionalmente, rendeu 5,3% ao ano no período. O desempenho de quem ficou somente em liquidez foi de 1%.

Fonte: dusteffen

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