terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Oportunidade com ações de segunda linha

Ações de segunda linha, as chamadas small caps, começam a ser lembradas pelos investidores para a composição da carteira do próximo ano. Segundo analistas ouvidos pelo Jornal do Commercio, entre as mais recomendadas estão IdeiasNet, La Fonte Participações, JBS Friboi, Alfa Investimentos e Wilson Sons.

Estes papéis seriam beneficiados pelo cenário projetado para 2008: menos incertezas no mercado externo e sem a CPMF, para a qual o Governo já arquiteta um plano para compensar as perdas.

Analistas, no entanto, alertam que é preciso buscar o momento certo para comprar estas ações. "Ações menos negociadas na Bolsa podem oferecer preços mais atrativos quando o mercado acionário retoma a elevação. As ações de segunda linha demoram um pouco mais a subir logo que o mercado sai de uma crise e volta à fase de alta. Esta é uma grande vantagem destes papéis", comentou Denilson Duarte, analista de investimentos da Máxima Asset.

A diferença de tempo de resposta de ações mais líquidas para menos líquidas é conseqüência justamente da menor procura durante os negócios. Como nas operações em Bolsa de Valores é a demanda que estabelece a alta dos preços, sem muita procura, os valores unitários ficam um pouco mais estagnados.

As ações que não estão listadas no principal índice da Bovespa são chamadas de segunda linha apenas pela menor potencial de flexibilidade de compra e venda durante os pregões do mercado acionário. Mas, na opinião de analistas, isso não quer dizer que sejam ativos de categoria inferior.

Ao mesmo tempo o mercado está em uma fase de alta volatilidade e isso é uma vantagem para quem está posicionado em ações líquidas. Momentos como os de tensão da semana anterior, com questões internacionais ligadas ao receio de recessão americana, decisão de juros nos Estados Unidos e votação da CPMF intensificam a crença de que é mais conveniente manter aplicação em papéis mais líquidos.

Os especialistas que defendem os small caps enfatizam a necessidade de olhar os fundamentos de todas as empresas antes de escolher em quais investir. Por isso liquidez pode contar pontos na hora de se desfazer de um papel, mas ao comprar, as análises devem começar pelo setor do qual a empresa faz parte e depois se deve olhar minuciosamente os fundamentos. "Fazer análise qualitativa da gestão administrativa da empresa é fundamental. É preciso ter cuidado para não ir na onda de que tudo que está barato vai subir de qualquer jeito", alertou Duarte, da Máxima Asset. A tendência atual é a prevalência dos fundamentos das empresas, dizem especialistas. Aliar fundamento à liquidez ainda é o ideal na hora de formar a carteira, mas o longo prazo - recomendado nas aplicações em renda variável - pode diluir o risco inerente à baixa liquidez.

Uma das ações destacada por Bernardo Moneró, gestor independente da investimento da SLW, é IdeiasNet . Este papel tem pontecial de valorizar-se 77,21%.". A empresa vem se consolidando no País e recentemente comprou a Officer, distribuidora de produtos de softwares. Esta parceria gerou uma excelente sinergia em um setor muito dinâmico e de muito potencial doméstico", explica Moneró.

La Fonte Participações é outra empresa que merece destaque . A ação tem potencial de subir 64,89%, de acordo com Moneró.

"A empresa é dona de 70% da Iguatemi e de 80% da La Fonte Telecom que, por sua vez, é dona de 10,235% da Telemar Norte Leste Participações. A empresa este ano fecha com um lucro aproximado de R$ 300 milhoes, devido ao IPO (oferta pública inicial de ações) da Iguatemi em fevereiro, o que significa R$ 0,13 por ação ou 13,83% de yield", explicou.

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